Ficha Técnica
Autor: Robert Harris
Editora: Bertradnd
Encadernação: Capa Mole (edição de bolso)
N.º de páginas: 404
Género: Romance Histórico
Tradução: Inês Castro


Sinopse
"Final de Agosto em 79 a.C. O calor escaldante convida à descontração dos ricos cidadãos de Roma nas suas villas, enquanto a maior armada do mundo está pacificamente ancorada do mundo está pacificamente ancorada em Misenum. Contudo, o engenheiro Marcus Attilius não consegue estar tranquilo. A chefiar a construção do Aqua Augusta, o enorme aqueduto que transportará água para 250.000 pessoas de nove cidades em volta da baía de Nápoles, Marcus está inquieto com o desaparecimento do seu antecessor no cargo, e também com a nova tarefa que Plínio lhe ordenou: a reparação de importantes fissuras no aqueduto perto de Pompeia, a cidade que descansa à sombra do perigoso Vesúvio. E embora Marcus enfrente vários problemas graves, aquilo que se aproxima tornará insignificantes todas as suas preocupações..."


Opinião
Depois de ler esta crítica no blog da WhiteLady, e por se tratar de um trágico acontecimento histórico sobejamente conhecido e que sempre me despertou curiosidade, não podia deixar de ler este livro. Mesmo sendo do conhecimento geral as consequência da erupção do Vesúvio, trama que foi criada para os descrever é excelente estando repleta de conhecimentos históricos e científicos (mas sem nunca se tornar aborrecido), emoção e acção.

A história decorre ao longo de quatro dias, dois antes da erupção, o da erupção em si e o dia seguinte. Por esta razão o desenvolvimento das personagens centrais deste livro não é nada extraordinário mas, mesmo assim e tendo em conta o enquadramento temporal, julgo que melhor seria complicado.

A história tem como personagens centrais Attilius, o aquarius (pessoa responsável pelo projecto, execução e manutenção dos famosos aquedutos romanos) e o próprio Aqueduto (Aqua Augusta) em si, dado que tudo gira em torno deste até à erupção do Vesúvio.

Attilius é incorruptível (algo que devia ser muito raro naquela altura) e extremamente orgulho e ciente das responsabilidades que o trabalho que desenvolve acarretam. Com a seca extrema que a ilha atravessa, a distribuição de água, que é feita pelo Aqua Augusta por todas as cidades, é de extrema importância. É por isso motivo de grande preocupação quando, em Misenum a primeira cidade a ser afectada, a mesma se torna imprópria para consumo ao estar carregada de enxofre. Attilius parte então em busca do estrago no aqueduto que possa ter causado tal problema.

Ao longo do livro é-nos dado a conhecer um pouco sobre os meandros da política e corrupção, amplamente disseminadas por todo o império por esta altura, através do aparecimento de personagens como Ampliatus, um escravo liberto rico que controla Pompeia através de esquemas políticos no mínimo duvidosos.

Surge também Cornelia, filha de Ampliatus, com a qual o nosso herói desenvolve algumas "afinidades". Não posso dizer que se trate de um amor pois não me pareceu de todo que fosse isso que existisse entre eles, e, se a intenção do autor era criar um laço romântico, então tenho de afirmar que este foi muito mas mesmo muito mal conseguido. Nem por um instante aquilo me suou a amor.

Uma das personagens reais que surge neste livro é Plínio, cujo interesse pela ciência se manifesta até o seu último sopro de vida quando morre em consequência da erupção do Vesúvio na sua ânsia de registar para a posterioridade todas as manifestações da erupção.

Outro facto curioso acerca deste livro foi a inclusão de excertos de livros técnicos sobre vulcanologia que, de alguma forma, ajudam a entender as manifestações naturais descritas ao longo da narrativa. Um excelente complemento de conhecimento e uma forma inteligente de o adicionar no livro pois, quem não é propriamente interessado pelo tema, pode sempre optar por não ler esses excertos sem no entanto perder pitada do que está a ser narrado.

Pompeia é um livro muito bem conseguido que apresenta uma história plausível (não sou historiadora por isso só possa avaliar enquanto leitora), repleta de personagens históricas reais misturadas com outras que deverão ter sido criadas, e que nos permite ter, não só o retrato da tragédia, como também um conhecimento mais profundo sobre os meandros políticos e sociais daquela altura. É sem dúvida um livro que recomendo a todos os amantes de história do império romano e que queiram ficar a conhecer mais sobre este trágica manifestação da Natureza!

Comments (3)

On 7 de abril de 2010 às 22:07 , WhiteLady3 disse...

Do que me recordo das aulas de História de Roma Antiga e Arqueologia Romana, a parte política e social está bem feita. Eram mais que comuns os subornos a funcionários públicos e políticos, que vindo de famílias patrícias (a nobreza romana, os verdadeiros cidadãos, por assim dizer), que tinham caído em ruína aceitavam dinheiro para exercer a sua influência no governo em favor de outros.

 
On 9 de abril de 2010 às 23:41 , makiki disse...

Você já leu O Egípcio de Mika Waltari?
Você vai gosta.

 
On 10 de abril de 2010 às 08:05 , Mónica disse...

Maira,

Não li nem conheço o livro. Vou pesquisar sobre o mesmo. Obrigada pela sugestão.