Este livro foi adquirido a custo zero, graças à Campanha 2=3 da editora Saída de Emergência, e que bela escolha eu fiz meus caros!
Sinopse
"A história verídica de Aimée du Buc que, raptada aos 13 anos por piratas argelinos, subiu dentro do harém do sultão turco, até se tornar na mulher mais poderosa do Império Otomano.
Transportando o leitor para o ameaçador mas majestoso universo da Turquia oitocentista, Seraglio recria magistralmente a vida de Aimée du Buc, prima da Imperatriz Josefina Bonaparte. Aos 13 anos de idade, durante a viagem da sua escola em França para a sua casa em Martinica, Aimée du Buc é raptada por piratas argelinos. Loira e de olhos azuis, a jovem era um tesouro precioso e foi enviada como presente para o Seraglio - o harém do todo-poderoso Imperador Otomano. À medida que Aimée, aprende os segredos eróticos que a fazem ganhar os corações dos reis e descobre as intrigas do reino, também luta para manter a sua antiga identidade, incluindo a fé cristã. Com o tempo, Aimée torna-se íntima de vários sultões: concubina de um, esposa preferida de outro e mãe adoptiva de um terceiro. Vítima de constantes e terríveis conspirações, a sua vida equilibra-se sempre na fronteira entre os prazeres sumptuosos e a mera sobrevivência. Até aos seus últimos anos de vida, quando assume o controle do harém e se transforma na mulher mais poderosa do Império Otomano. "
Opinião
Primeiro que tudo acho que devo dizer que foi o livro que li mais depressa desde que comecei a trabalhar. Segundo que a sinopse tem dados errados o que é de estranhar.
Adorei o livro! A sua escrita é fluida e a personagem fascinante. Tendo em conta que muito pouco se sabe sobre esta ou qualquer outra mulher que pertencesse ao harém de um sultão, a verdade é que Aimée, rebaptizada de Nakshidil assim que passa a fazer parte do séquito de escravas do sultão, terá sido sem sombra de dúvida uma mulher bastante influente para 2 dos 4 sultões que passam pela vida desta.
A história é contada por Tulipa, outrora um dos muitos eunucos ao serviço do harém do sultão e que se torna responsável por Aimée aquando da chegada desta. Tulipa começa a história como apenas mais um entre muitos eunucos no harém e, com o passar do tempo começa a admirar a personalidade e inteligência de Aimée, tornando-se no seu melhor amigo, confidente e conselheiro.
Enquanto amiga e amante do 2º sultão, Selim, sem nunca chegar à posição de sua esposa pois já tinha sido concubina do anterior e tal não era permitido, a sua influência pode ser comprovada por várias das reformas impostas por este quer a nível cultural quer a nível arquitectónico, com a inclusão de música ocidental e danças no treino das mulheres do harém, entre outros elementos. Terá sido especialmente apreciada pela sua inteligência e cultura, o que lhe valeu a inveja das restantes mulheres e colocando-a em risco. Tulipa, torna-se cada vez mais numa pessoa essencial na sua vida.
No decorrer da história torna-se mãe adoptiva de um dos filhos do 1º sultão da história, cuja mãe morrera de tifo anos antes, e a qual tinha o mesmo nome, Nakshidil, Mahmud, o qual é o 3º na linha de sucessão ao trono. Ao ascender a esta posição, não só aumentam as invejas como cria uma inimiga de peso, Aysha, mãe do 2º na linha de sucessão ao trono. Confesso que denoto uma certa admiração pela vilã da história a qual, apesar de toda a sua malvadez, deverá ter sido por sua vez, uma mulher também bastante inteligente e ardil por ter conseguido, mesmo sendo mulher, incitar 2 golpes de estado.
Resumindo, esta mulher, Aimée, nascida na Martinica filha de colonos franceses de classe alta, passa de escrava no harém do Imperador Otomano, a concubina; de concubina a conselheira e amante e por fim a mãe do sultão reinante, o que a torna, na 2ª pessoa mais importante do Império Otomano. E tudo isto sem ter de recorrer a intrigas e causar a morte de inimigos (pelo menos assim reza a história contada).
No decorrer da história, ainda encontramos referências a Catarina, a Grande, e Napoleão Bonaparte, o que nos permite aprender um pouco mais (mas muito pouco) sobre os conflitos políticos e armados que ocorreram durante a vida de Aimée.
A sua influência na educação do filho é bem visível e indiscutível em termos históricos, o que a torna numa das personagens femininas mais fascinantes da história (que infelizmente não são assim tantas).
Um bom livro para quem gosta de romances históricos, e personagens femininas fortes.