
Sinopse
“No século XVI o mundo era dos homens. Então apareceu uma mulher que ousou desafiar as leis, a sociedade, as artes... e o mundo nunca mais foi o mesmo.Esta é a história verdadeira de Artemísia, a primeira mulher a ser aceite na prestigiada Academia de Artes de Florença. Violada pelo professor de pintura quando tinha 18 anos, leva-o a tribunal mas é ela quem acaba por ser humilhada publicamente. Abandonada pela própria família, a jovem decide partir à conquista do mundo numa época em que as senhoras respeitáveis raramente saíam de casa. Sangue, sexo, arte e dinheiro, a história de Artemísia podia ser a história de uma mulher dos nossos tempos. Depois de um casamento de conveniência com um pintor medíocre que inveja o seu talento, a jovem é forçada a sustentar-se não só a si mas também à sua filha. Cruzando-se com Galileu e ganhando o patronato dos Medici, Artemísia faz explodir o seu génio no auge do Renascimento e, ao recusar-se a ser menos do que os homens, torna-se numa heroína intemporal. “Imprensa"Artemísia irrompeu no Renascimento com todo o drama de uma ópera italiana.",Vogue
"Quem diria que a história de uma pintora do Renascimento pudesse estar tão carregada de determinação espiritual, jogos sexuais, selvajaria religiosa e um indiscutível talento para a pintura.",The Atlantic
"A Paixão de Artemísia oferece-nos um retrato fiel de uma artista complexa que procura seguir a sua paixão apesar de todos os obstáculos.", Booklist
"Esta Artemísia, na sua luta para ganhar a vida como artista, na sua esperança por marcar uma época e no seu desejo em ser esposa, mãe e pintora, é alguém que todas as leitoras vão compreender.",Seattlle Times
Ficha TécnicaAutora: Susan Vreeland
Editora: Saída de Emergência - Chá das Cinco
Encadernação: Capa Mole
N.º de páginas: 286
Género: Romance Histórico
Tradutor: Carla Ferraz
OpiniãoJá li este livro vai para lá de um tempão. Pensava até que já tinha opinado sobre o mesmo quando, ontem ao rever todas as opiniões, verifiquei que não era esse o caso. Como devem de calcular, os pormenores já me escapam tendo ficado só com uma ideia geral das sensações que este livro me transmitiu e a mensagem que passou, pelo que vou tentar me cingir apenas a esses pormenores (
mas já sabem que o meu poder de síntese é algo quase inexistente).
A personagem principal, Artemísia (a primeira mulher admitida na Academia de Artes de Florença), é uma mulher muito à frente do seu tempo.
Numa sociedade dominada por homens, cheia de convenções sociais e comportamentais, onde as mulheres pouco mais eram que acessórios, empregadas domésticas e procriadoras, Artemísia destaca-se das demais. Mesmo depois de ter sido violada, e de ter passado por um teste humilhante para comprovar a perda da sua virgindade em pleno tribunal, não se entregou a uma vida de subserviência perante as figuras masculinas que foram povoando a sua vida.
Artemísia, uma talentosa pintora, lutou contra quase tudo e todos para se conseguir impor enquanto artista e viver da sua paixão, a sua arte. O facto de ser mulher nunca foi o suficiente para se conformar com o papel que a sociedade lhe queria relegar. Obrigada a casar por conveniência com um pintor de talento bastante inferior ao dela, Artemísia sai de Roma para ir morar em Florença, a Meca das artes na altura. Cedo percebe-se que a este casamento não tem grande futuro pois o talento superior de Artemísia é motivo de inveja do seu marido.
Passa por vários tipos de provações ao longo de toda a história (psicológicas, físicas e financeiras), enfrenta tudo e todos, mas nunca desiste de perseguir o seu sonho e alcançar os seus objectivos.
O livro está todo ele escrito num tom que apela ao feminismo, exacerbado pela forte personalidade e força de vontade da heroína desta história, sendo a escrita agradável e fluída.
A autora consegue mesclar factos históricos com romance e autênticas aulas de arte, de forma bastante eficiente. Claro que o facto de eu gostar muito de arte abona a seu favor pois, nos momentos em que quadros, esculturas e técnicas são explicados ao leitor de forma mais enfática, e para quem não partilha este tipo de paixão, confesso que estas partes serão bastante aborrecidas.
O livro peca também pelos saltos temporais mal enquadrados e referenciados que sucedem ao longo de toda a obra. O final então nem se fala. Fiquei com aquela sensação de que haveria mais qualquer coisa, um segundo volume que completasse o resto da história, pois parece inacabada.
Resumindo, gostei do livro mas o fim foi uma desilusão. Ficou a sensação: “e o resto?!”.